Devemos à conjunção de um espelho e de uma enciclopédia a descoberta deste mundo. Por Vítor Matos e Tiago Araújo
13 novembro 2007
Grandes remédios
10 novembro 2007
O génio que cansa
08 novembro 2007
Aviso à população
Novembro no andar de baixo
02 novembro 2007
Como o início de um livro, um fim de tarde
25 outubro 2007
um eléctrico chamado prazeres
No resto da cidade, a arquitectura é o resultado de um equilíbrio entre demolição e construção. Por isso é nos cemitérios que podemos analisar mais claramente a sucessão dos estilos arquitectónicos. Mausoléus e jazigos neoclássicos, neogóticos, arte nova, modernistas lado a lado, em filas intermináveis, com nomes de famílias que se perpetuam e extinguem do lado de fora dos muros.
15 outubro 2007
Ensopado de enguias
(Desculpem, mas já tinha vergolha de não publicar nada há tanto tempo. Para os mais sugestionáveis, bom apetite.)
30 setembro 2007
Descrição
21 setembro 2007
A biografia de cada dia
30 agosto 2007
29 agosto 2007
23 agosto 2007
Posta de Nicósia - on religion
Penso que a religião deve ser absolutamente respeitada. Mas do ponto de vista indivudual. Ninguém tem nada a ver com a confissão que quem quer que seja professa. Isso é uma coisa de cada um para si mesmo. O problema é que as igrejas são comunidades, e as comunidades são fenómenos grupais e os grupos projectam uma mundovisão, e depois há mundovisões que chocam e às vezes isso é o fim do mundo.
Escrevo em Nicósia, capital de Chipre. Cheguei hoje de Beirute. Ora Beirute é um dos muitos exemplos de como uma sociedade em que se a religião não saísse da soleira da porta ou do adro do templo, tudo seria mais fácil para todos. Neste contexto, a religião não tem qualquer utilidade para a política: há cristão, cristãos maronitas, xiitas, sunitas, eu sei lá. Os cristão têm o presidente, os sunitas o primeiro-ministro e os xiitas o presidente do parlamento. Ou seja, para além de todas as confusões, nem sequer falam uns com os outros. acredito nos benefícios individuais da religião em muitos casos, mas duvido muito dos benefícios da religião para a política.
Por que sou cristão
Em todos os congressos há alguém na plateia que, depois de o orador ter terminado, se levanta, pede a palavra e começa a descrever uma qualquer ideia excêntrica. Chegou a minha vez de pedir o microfone: sou um ateu católico. Não acredito em qualquer tipo de transcendência, sobrenatural ou misticismo. Acredito que o universo existia antes de nós e que eu não existirei depois de mim. Sou culturalmente católico. Há rituais que cumpro porque sinto que fazem sentido. Se tivesse crescido nas selvas da Amazónia, provavelmente tinha pintado o tronco e jejuado para marcar a puberdade. Assim, fui crismado. O ponto essencial é não me sentir vinculado a nenhuma autoridade. Aceito o que quero e rejeito o resto. Basta-me que Jesus Cristo tenha sido homem. Acredito na tolerância, no perdão com arrependimento e no auxílio aos mais desfavorecidos. Não é uma posição confortável, mas sinto que seria uma hipocrisia maior rejeitar totalmente a minha educação católica sem me apetecer, só por ser mais popular.
A utilidade social da religião é uma ideia que alguns autores foram trazendo para a filosofia política ao longo dos tempos. Não é essa a minha posição. É uma religião meramente pessoal. Aguardo serenamente a excomunhão e o relâmpago.
A mão do Baptista
22 agosto 2007
21 agosto 2007
20 agosto 2007
French-kissing
29 julho 2007
25 julho 2007
Variação sobre uma frase de Nixon
24 julho 2007
(* A fonte da história é o livro de Anthony Gottlieb, The Dream of Reason)
20 julho 2007
Por motivos inesperados o prazer da condução voltou. Quando comprámos o carro, ele vinha com leitor de cassetes. As minhas e as da J. já estavam guardadas no caixote do lixo da história, no fundo de um armário, para onde o avanço da tecnologia as mandou. Foi possível voltar a ouvir coisas que nos ajudaram a suportar a adolescência, pela mesma ordem em que as gravámos, com os mesmos cortes abruptos. Ontem, cruzei a noite e o Eixo Norte-Sul ao som de Sugar Kane dos Sonic Youth.
13 julho 2007
Os últimos cinco livros que li: Na Praia de Chesil, Ian McEwan; Civilization and Its Discontents, Sigmund Freud; Tristes Trópicos, Claude Lévi-Strauss; A Estrada, Cormac McCarthy; A Peste, Albert Camus.
30 junho 2007
O dueto astronómico

A Ponte que faz existir
No maior ícone de Praga, a ponte medieval Carlos IV, acotovelam-se os turistas. Para ouvir falar checo sobre a ponte, é preciso lá chegar antes das oito da manhã, quando ainda nem há vendedores de bugigandas instalados. A ponte define, faz existir, não se limita a ligar margens que já lá estão. É verdade. Escreveu Heidegger.
«A ponte reúne, enquanto passagem que cruza, ante as divindades - quer pensemos explicitamente, ou visivelmente dermos graças pela sua presença como na figura do santo da ponte, quer essa presença divina seja obstruída ou mesmo afastada completamente. A ponte reúne em si e a seu modo Terra e Céu, divindades e mortais»
Heidegger, citado por Banville em Imagens de Praga
Praça, sol e cerveja

Diz Banville que a «cerveja checa sabe a campos de feno crestando sob o sol de Verão». Na verdade, bebi muita cerveja checa, meio litro de cada vez, debaixo de um sol esplêndido enquanto em Lisboa chovia. Esta praça da Cidade Velha, como as praças de todas as velhas capitais europeias viu mortes e execuções, invasores a chegar e invasores a ir, viu histórias que nos dias de hoje custa a crer.
Praga, livros e papel pardo
«Os habitantes de Praga são os mais circunspectos citadinos. Passageiros nos eléctricos e no metro retiram cuidadosamente a sobrecapa dos livros que trouxeram para ler durante a viagem, por mais inócua que seja; alguns chegam mesmo a encaderná-los com papel castanho para ocultar o título das lombadas. Compreensível, claro, numa cidade há tanto tempo tão cheia de informadores, e os velhos hábitos são difíceis de abandonar».
in Imagens de Praga, de John Banville (Edições Asa; trad. Teresa Casal)
05 junho 2007
O café da manhã
O café tem especial importância no ritual. É o remate. A cereja em cima do bolo. O fim do momento onde começa o meu dia. Agradeço, por isso, a todos os meus amigos que contribuíram para tornar as minhas manhãs ainda mais agradáveis com aquela máquina nova. Sabe bem. E apareçam lá em casa para tomar um cafezinho. Obrigado.
21 maio 2007
Qualquer dia discutimos Proust
04 maio 2007
02 maio 2007
Levar a torradeira ao jardim
30 abril 2007
23 abril 2007
22 abril 2007
20 abril 2007
17 abril 2007
16 abril 2007
Pensei várias vezes esta manhã que algumas utopias só falham pelo exagero enquanto subia do Calvário para as Necessidades para levar a L., com cinco meses, ao seu primeiro dia de infantário. Pensei também na história do irmão da Isabel: prepararam-no para o primeiro dia de primária e parece que as coisas correram bastante bem. No segundo dia, quando o foram acordar para ir para a escola, exclamou admirado «– Outra vez!», sem perceber que ainda o aguardavam muitos anos de aulas.
15 abril 2007
13 abril 2007
Não foi a primeira vez que a arquitectura tentou chegar a deus, apenas uma das mais estranhas. Como qualquer teólogo cristão poderá confirmar, será igualmente uma tentativa votada ao fracasso. A incerteza faz apenas com que os espíritos oscilem entre a piedade e a expiação.
02 abril 2007
01 abril 2007
ship of fools
A nave dos loucos foi uma imagem bastante utilizada pelos teólogos da Idade Média para representar a humanidade como o grupo de passageiros de um navio que não sabe, nem quer saber, para onde este navega. Mas a alegoria é redutora. Há sempre os que se aborrecem com os jogos de cartas, os daiquiris no bar da piscina e percorrem a amurada em busca de um sinal de terra. De facto, as personalidades humanas dividem-se entre os que embarcam pela viagem e os que embarcam pelo destino, entre a vida-cruzeiro e a vida-cacilheiro. O mais estranho é que, na minha opinião, é impossível dizer qual dos dois grupos está certo ou é mais feliz.
28 março 2007
O tributo das sereias
13 março 2007
12 março 2007
pólen
09 março 2007
Desaparecer no azul profundo do mar, como Ícaro, por uns segundos. O verão ainda tão longe.
08 março 2007
Um post sobre nada
(Tive o cuidado de não recorrer ao uso de metáforas – touro, animal, etc. – para não pensarem que me estou a gabar. A modéstia nunca é demais, ao contrário das figuras de estilo.))
25 fevereiro 2007
À menina Maria da Graça
14 fevereiro 2007
21 janeiro 2007
Slows: da pastilha ao SMS
18 janeiro 2007
A foggy day...
A inveja da sorte
Zeus e danaes
16 janeiro 2007
15 janeiro 2007
Iwo Jima e Guiné
14 janeiro 2007
11 janeiro 2007
Três anos... é algum tempo!
09 Janeiro 2004
Primeiro reflexo
O espelho é um objecto estranho. Por reflectir a realidade, e sobre ela, mas não ser a própria realidade, abre infinitas possibilidades de distorção. Por isso, neste blogue, teremos por vezes uma realidade convexa ou côncava. Basta dobrarmos ligeiramente a superfície, mais por motivos estéticos do que ideológicos. Não para distorcer a realidade, mas para construir outras representações dela. A sensação poderá ser, para quem lê, a de caminhar pelo meio das galerias de espelhos dos parques de diversões, onde nós e tudo o resto que as atravessa passa do grotesco ao ridículo com um passo, do semelhante ao desigual. Também gostamos do jogo de distorcer pessoas, devolvendo-lhes depois os rostos intactos. Os espelhos têm ainda outra característica, que não escapa a todos que se debruçam sobre eles*: a profundidade. Se nos aproximarmos, parece que podemos cair para o outro lado. Neste blogue seremos seres intermédios entre Giordano Bruno e Alice: acreditamos na infinidade dos mundos e usamos os espelhos para entrar neles.
No mundo da política, da sociedade, da cultura, da ciência. Entramos e tudo nos é estranho. Contamos o que vemos. Regressamos aparentemente iguais. Depois ardemos todas as noites nas fogueiras ateadas com as folhas escritas. E espelhos somos nós também, porque reflectimos as realidades conforme a nossa superfície foi sendo talhada: não pronunciamos verdades absolutas, que não as temos, mas aquelas que o nosso espelho de água devolve aos que se miram em nós, como o lago que chorou a morte de Narciso porque se reflectia nos olhos do jovem enquanto ele admirava o seu próprio reflexo. É através de um falacioso espelho de feira - a maneira de cada um de nós ver o mundo -, que aqui projectamos a imagem que temos dele. Sejam bem-vindos
Tiago Araújo/Vítor Hermes
*Como Umberto Eco (Sobre os Espelhos e Outros Ensaios ,Difel) ou Jorge Luis Borges (Obras Completas, Teorema).
10 janeiro 2007
O vestido cor de fogo
09 janeiro 2007
Room service
03 janeiro 2007
O talho

02 janeiro 2007

Um jornal inglês calculou que Lucian Freud, o pintor britânico, teve cerca de quarenta filhos ilegítimos ao longo da vida. Tive oportunidade de ver uma retrospectiva da pintura de Freud em Veneza, num museu com vista sobre a Praça de São Marcos. Foi provavelmente a exposição individual que mais me marcou até hoje. Ao ler a notícia, quase dois anos depois, percebo porque é que grande parte da obra é composta por representações de nus.
01 janeiro 2007
Filas e Felicidade
- Uma fila enorme na rua Garret, no Chiado, de gente a comprar café na loja da Nespresso (nota: não estava lá o George Clooney e as bombocas de café podem encomendar-se pela Net);
- Uma fila enorme na Fundação Gulbenkian para ver a exposição do Amadeu Souza-Cardoso (nota: a mostra está aberta nas sextas-feiras até à meia-noite);
- Uma fila enorme diante de uma carrinha branca, no jardim Constantino, de sem-abrigo a receber malgas de sopa (eram mais copos de plástico), para aconchegar o estômago.
Bem, isto foi uma hipótese de auto-resposta ao meu post anterior.
PIB e Felicidade
Somos 3% mais felizes quando a economia cresce 3%? Somos mais felizes na China, onde a economia cresce loucamente, na Finlândia, onde os indicadores de desenvolvimento são os melhores do mundo, nos Estados Unidos, onde fica a capital do Império, ou em Belize onde o pessoal anda de chinelos a dar mergulhos entre os corais?
Uma vez entrevistei um economista ilustre, um senhor idoso chamado David Landes, que escreveu um este livro: "A Riqueza e a Pobreza das Nações", porque é que umas são mais ricas e outras mais pobres. Ele dizia qualquer coisa como isto: nos países desenvolvidos, a felicidade é um subproduto. Perguntei-lhe se podíamos medir a felicidade. Ele disse que não. Para que é que tudo isto serve, então? Ele respondeu-me com a história de um livro que estava escrever, sobre herdeiros de grandes fortunas, dizendo que fulano de tal passava o dia a jogar ténis e a andar em grandes carros... não seria feliz? Mas não seríamos nós, eu jovem e ele velho, mais felizes porque até gostamos de trabalhar?
Não sei onde esta conversa toda nos poderia levar...
29 dezembro 2006
27 dezembro 2006
26 dezembro 2006
Sem aquecimento central, refugiamo-nos numa das divisões da casa, com as portas e as janelas trancadas e um aquecedor. Os vidros estão embaciados. Lá fora pode ser a Sibéria e estarem a passar tribos nómadas de criadores de renas. Com as sobras do natal podemos sobreviver até ao próximo equinócio. Alguns dos nossos amigos voaram para sul*. Nós ficámos parados nesta estação.
* De avião, para o Brasil.
19 dezembro 2006
17 dezembro 2006
Passados mais de dez séculos, militares portugueses fizeram o caminho inverso. Passaram ao largo de Ítaca e estão neste momento estacionados perto de Tiro, uma cidade do actual Líbano, como parte do contingente da FINUL. A ironia é ainda maior quando nos lembramos que Portugal decidiu enviar uma companhia de engenharia de reconstrução. Os momentos em que a História permite a retribuição são raros. Se ainda existem fenícios em Tiro, qualquer que seja o seu nome, espero que tenham ido até à praia saudar o regresso dos barcos.
13 dezembro 2006
04 dezembro 2006
01 dezembro 2006
Voto gága
Nesta ilusão iludi-me.
A hora da vida já
Soltou uma gargalhada
E saiu pela janela
(...)
Fiz da vida ida.
Fiz da morte volta
Gága, gága, gága.
Fiz de pedra tudo.
27 novembro 2006
Promoções
Bem, eu fiz como no supermercado, quando aparece uma moça vender iogurtes ou azeites ou paté, e disse, tenho de ir ali ver detergentes de outra prateleira. Depois vi a rapariga repetir a mesma figura uma e outra vez. Não levei nenhum dos dela. E tive um sentimento que detesto, que é sentir vergonha pelos outros.
(Aliás, por motivos que se estão a tornar óbvios, estamos a pensar mudar o nome do blogue para Boletim da Associação Nacional de Médicos Obstetras.)
24 novembro 2006
Delfos vs Job
20 novembro 2006
17 novembro 2006
05 novembro 2006
Notícias do génesis
(Obrigado a todos pelas mensagens de boas-vindas que nos chegaram por correio, correio electrónico, telefone, sms e comentário no blogue.)
02 novembro 2006
O século das luzes
30 outubro 2006
A aterragem da Cegonha
"O voo JT1502 aterrou em segurança no aeroporto Francisco Xavier às 20h47. A passageira Laura já desembarcou os seus 2,915 kg e fez check-in no peito da mãe" - foi o SMS do Tiago ontem à noite, pouco tempo depois do corte epistemológico da paternidade o ter atingido. Dia de alegria. Os reis magos estão prontos para a rumar a Belém.
27 outubro 2006
Pensar que saiu de dentro dela
25 outubro 2006
"Entre nós e as palavras...
Na campanha eleitoral, em 2005, Sócrates disse isto: "As taxas moderadoras servem para moderar os excessos de alguém que vai usar uma emergência hospitalar sem razão, para que tenha uma penalização. Não serve para financiar o sistema. O sr. primeiro-ministro [Santana] falou foi numa taxa que permitisse aumentar as receitas do Estado no Serviço Nacional de Saúde. Isso é na prática um novo imposto. Isso é um erro". Entre estas palavras e os factos de hoje, há metal contundente, mas inconsequente. As taxas de utilização na saúde, para cirurgias e internamentos, são o quê?
No debate com Santana na SIC, também em 2005, Sócrates afirmou o que toda a gente sabe: "Não estou de acordo com a subida dos impostos, não estou (...). Foi no momento de falha dessa promessa eleitoral, quando o Governo [de Durão] chegou ao poder e decidiu aumentar o IVA que a confiança veio por aí a baixo. Isso foi uma leviandade. Isso foi muito negativo para a democracia". Esta frase devia ser lida e relida, por cada um de nós, antes de decidir em quem votar nas próximas eleições. Estas palavras valem tanto quanto a possibilidade de conquistar o poder. Entre nós e as palavras, há poder.
Cada palavra vale o que vale. E vale muito pouco, por vezes. Um palavra pode ser um som, apenas, que sai de uma boca. Um grunhido desmiolado pode valer tanto como um palavra. A palavra também pode pesar como chumbo. Quando Manuel Pinho disse "a crise acabou", foi um caso desses, em que ao signo não corresponde um significado. Caso contrário, não teria dito no dia seguinte, que decretar o fim da crise era uma "infantilidade". Ele pronunciou aquele conjunto de sons e pronto, o significado evaporou-se.
Entre nós e os políticos não há nada se as palavras não tiverem consequências.
24 outubro 2006
Equilíbrio reflexivo
Por exemplo. Um dos princípios pelo qual tento orientar a minha conduta, sempre que possível, é o princípio do dano, tal como enunciado por John Stuart Mill. É qualquer coisa como isto: A liberdade individual apenas deve ser limitada para impedir que os actos de alguém provoquem danos a outros indivíduos. O seu próprio bem, físico ou moral, não é justificação suficiente para a intromissão alheia. Mas tenho dúvidas em aplicar esta regra a determinadas questões, como a da legalização do consumo de drogas. A justificação para a proibição das drogas leves é bastante fraca. O problema são as drogas duras (alguns dirão: «a falta de drogas duras»). Não encontro justificação para a proibição do consumo, mas a sua legalização não me parece razoável. Ainda estou longe do equilíbrio.
23 outubro 2006
19 outubro 2006
13 outubro 2006
10 outubro 2006
Baeta
Durante mais de vinte anos fui ao mesmo barbeiro, apesar de não gostar particularmente da forma como me cortava o cabelo. Dizem que um sinal de maturidade nas relações é duas pessoas conseguirem estar em silêncio sem se sentirem desconfortáveis. Foi por isso muito difícil quanto me mudei para o centro de Lisboa e tive de passar meia hora por mês em silêncio com um novo barbeiro. No final, quando trazem aquele espelho para que consigamos ver o corte na parte de trás da cabeça, sinto sempre um desejo incontrolável de aplaudir. E algumas vezes de ir comprar um chapéu.
04 outubro 2006
Amanhã é feriado
Thomas Paine, Common Sense (1776)
03 outubro 2006
A fraqueza da carne
A que dia sai o Inimigo Público?
«Doente tem alta com termómetro no ânus. Um homem com 85 anos, acamado, que esteve internado 24 horas no Centro Hospitalar das Caldas da Rainha, teve alta e foi transportado para casa de ambulância com um termómetro dentro do ânus. A. Silva, que não quis identificar-se para proteger a dignidade do seu pai[:] ‘Com tantas voltas, foi um milagre o termómetro não se partir. Ainda por cima era de mercúrio.’»
«Incidente da casa de banho parece ter sido sanado. O encontro de reunificação do título mundial de xadrez foi ontem reatado com a realização da sexta partida que terminou empatada. O campeão clássico Vladimir Kramnik viu satisfeitas as suas reivindicações, a substituição dos elementos do comité de apelo e a reabertura das instalações sanitárias particulares.»
Público, 3/10/2006.