18 janeiro 2007

Zeus e danaes

Na única vez que fui experimentar a sensação de enfiar moedas numa slot-machine, no Casino Estoril, assisti a um fenómeno curioso. Antes da abertura das portas já inúmeras pessoas se distribuíam ao longo de uma linha de partida imaginária e à hora certa parecia a Saída dos Operários das Fábricas Lumière ou uma corrida de reclamação de terras no Far West: pessoas a correr para ocuparem as máquinas que tinham passado a noite anterior a engravidar de moedas. Assisto a algo semelhante quando passo de manhã frente a uma casa de apostas da Rua de Alcântara. Pouco antes das nove horas já há uma fila de pessoas à espera que a porta se abra. Lá dentro apenas se vende totobolas, totolotos, euromilhões e raspadinhas. Um vício estranho e que, como todos os outros, não pode esperar.

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