21 maio 2007

Qualquer dia discutimos Proust

Passo quase todos os dias pela Casal Ribeiro a pé. Ao fim da tarde, início da noite, cruzo-me com um sem-abrigo, na sua cama improvisada. Habitualmente, lê livros. Um vagabundo literário. Ou um escritor maldito na reforma? Da última vez, esta semana, lia um livrinho de capa negra, não percebi qual. Seguramente, possui vantagens sobre mim: tem para ler o tempo que me falta, um bem escasso que faz dele rico; e consegue ler na cama, coisa que a mim sempre me fez doer as costas.

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