Devemos à conjunção de um espelho e de uma enciclopédia a descoberta deste mundo. Por Vítor Matos e Tiago Araújo
22 abril 2007
Claude Lévi-Strauss escreveu que em São Paulo é possível dedicarmo-nos à etnografia dos domingos. Em Lisboa também. A tribo é a dos melancólicos: os que andam pelas ruas de comércio fechado, mais lentamente que nos dias úteis; os que se sentam numa escada a ouvir o som que vem das casas em que almoços familiares semanais se prolongam; os que procuram um porto de abrigo no único café aberto do bairro para lerem um livro; os que se sentam à porta de casa a descascar uma laranja com os dedos e a ouvir o relato; os que dizem «- Deve estar um dia agradável lá fora.» e carregam no telecomando para ver o que esta a dar noutro canal; o que observa e relata estas práticas de modo antropológico, observador-participante sem objectividade e com umas horas para perder.
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1 comentário:
Para mim os domingos são dias deprimentes... não sei explicar porquê mas consigo afirmar que o são..No entanto identifico-me com aquilo que por aqui li.
Hoje é domingo e perco mais tempo a ler os pensamentos alheios do que a ouvir os meus..alguns desses minutos ganho-os quando leio este blog mas desta vez resolvi deixar um pequeno apontamento de apreciação.
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