27 dezembro 2006

Na cidade são os hábitos que fazem as aldeias. Os lugares que costumamos frequentar geram padrões de comunidade, que podemos abandonar ou adoptar de modo voluntário. A contiguidade geográfica não é um factor relevante. Os locais onde vivemos, passamos os tempos livres e fazemos compras podem ficar a alguma distância uns dos outros, com muitas ruas inospitaleiras pelo meio. Nestas aldeias, muitas vezes as ruas têm nome, mas as pessoas não. Têm rosto e função: quem nos serve o café, quem nos traz o correio, quem se costuma sentar ao nosso lado nos transportes públicos, quem lê o jornal todos os sábados na mesa em frente à nossa. Os amigos têm todos nome, mas geralmente também só encontramos os que frequentam os mesmos lugares. Para o bem e para o mal, vivemos nas aldeias que criamos.

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