Devemos à conjunção de um espelho e de uma enciclopédia a descoberta deste mundo. Por Vítor Matos e Tiago Araújo
19 outubro 2006
Há coisas que me fazem acreditar que o sentimento de comunidade ainda não desapareceu totalmente, mesmo nas grandes cidades. Uma é o hábito dos Lisboetas de colocarem algumas coisas ao lado, e não dentro, do caixote do lixo. Em regra são móveis, electrodomésticos, artigos de decoração ou presentes oferecidos por parentes afastados no Natal anterior. Isto cria um mercado informal bastante dinâmico, com produtos a descerem e a subirem pelas escadas dos prédios no espaço temporal que vai do pôr-do-sol à recolha do lixo. Ontem, quando saímos para jantar, à porta de um dos prédios da nossa rua estava um conjunto constituído por uma sanita completa, uma cama e um outro objecto que não consegui identificar. A cama, desmontada, era de metal, lacada a branco, com apliques dourados. Era a única coisa que faltava do conjunto quando regressámos a casa duas horas mais tarde.
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1 comentário:
Eu já morei numa residencia de estudantes e os seus 50 habitantes mobilaram os quartos com mobilia encontrada na rua...
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