Devemos à conjunção de um espelho e de uma enciclopédia a descoberta deste mundo. Por Vítor Matos e Tiago Araújo
29 janeiro 2004
A Doutrina W. - Segunda Parte
O Presidente disse a frase e a música começou a tocar. Depois do Discurso do Estado da União, dois neoconservadores americanos vieram desvendar mais um pouco do que parece cada vez mais ser a Doutrina W. Bush. Num artigo publicado no Los Angeles Times e no Público, David Frum e Richard Perle discutem a reforma da ONU. O que mais me despertou a atenção hermenêutica foi, ao analisarem o sistema de governo mundial, falarem sempre apenas dos Estados Unidos. Começa logo pelo título: «A ONU é um obstáculo à Segurança dos Estados Unidos». A análise não seria mais séria se deixassem cair a última palavra? Os mecanismos de governação mundial servem para proteger os estados uns dos outros, mitigando a anarquia. O que é permitido a uns, deve sê-lo a todos (nem que seja apenas teoricamente), sob pena de implosão das suas estruturas. E não terão Frum e Perle já os explosivos nas mãos, preparados para os alicerces, ao terminarem o artigo com a frase: «Se a ONU não fizer parte da luta contra o terror, os Estados Unidos não devem fazer parte da ONU.» Os Americanos conseguem ser os construtores mais idealistas e os demolidores mais realistas.
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