Devemos à conjunção de um espelho e de uma enciclopédia a descoberta deste mundo. Por Vítor Matos e Tiago Araújo
12 janeiro 2004
Como por vezes um charuto é apenas um charuto
Muitos eram os que aguardavam ansiosamente a primeira crónica de João Pereira Coutinho no Expresso. O terço final deixou-me um pouco pensativo. Não sei se é por ter trabalhado algum tempo com estatísticas, mas a tentativa de relacionamento espúrio entre duas variáveis deixa-me geralmente assim. Diz JPC que «a obra ficcional de Tolkien procede directamente da moralidade cristã – uma moralidade onde o Bem e o Mal se confrontam na sua ontológica objectividade» e que o sucesso de bilheteira do filme prova, consequentemente, que «o pós-modernismo está morto». Eu, que também acredito em valores morais objectivos (se bem que duvide que coincidam exactamente com os de JPC), tenho algumas dúvidas de que possamos tirar essa conclusão. Talvez as grandes cenas de batalha ou as orelhas pontiagudas das belas elfas tenham contribuído para o êxito do filme.
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