21 janeiro 2004

A vida em ritmo aritmético (res-post ao Tiago)

A multiplicação geométrica dos livros que tenho para ler não se materializa através da minha modesta estante, mas decorre de uma consciência cada vez maior daquilo que nunca li, daquilo que me é obrigatório ler e da existência de grandes textos que jamais lerei. É como tudo na vida: aquilo que nunca hei-de fazer, os lugares onde nunca estarei, as pessoas que nunca verei... Enfim, esta espécie de saudade do futuro como ânsia de viver. Como os livros, tudo na vida se multiplica de forma geométrica - tantas coisas, em todos os lugares, e ao mesmo tempo - mas o nosso tempo linear e a impossibilidade da ubiquidade apenas nos autoriza o gozo aritmético de uma coisa de cada vez. É verdade. Só por isso já pensei em desistir de dormir. Minutos depois tive sono...

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