Acabei de ver «O Quarto do Filho», de Moretti, na Dois, e ainda estou embrenhado naquela densidade húmida da narrativa, que se entranha na roupa como a cacimba nos dias mornos.
Fez-me lembrar uma história, verdadeira, que se passou na minha terra e até já percorreu telejornais. O médico, doutor xis, estava de serviço no banco de urgências quando recebeu a chamada. Dois jovens, um acidente de automóvel para os lados da praia, a tragédia habitual aos fins-de-semana. A ambulância chegou. Parou junto à porta do hospital. As macas. Este aqui já está, disse o bombeiro. O médico levantou o cobertor. Um choque. Desmaiou. Tinha visto a cara do filho. Morto.
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