Devemos à conjunção de um espelho e de uma enciclopédia a descoberta deste mundo. Por Vítor Matos e Tiago Araújo
19 abril 2004
Violinos no semáforo
É nestes pormenores que podemos aferir o grau de sofisticação e de progresso de uma sociedade. Vi um novo serviço a ser prestado nos semáforos. Depois da venda de pensos rápidos e da limpeza de pára-brisas, a música de violino. Com o semáforo no vermelho, um homem caminha por entre os automóveis a tocar violino, pedindo retribuição. Nem todos contribuem, mas já sabemos como o público do trânsito costuma ser exigente. As necessidades individuais evoluem com a afluência, e o que poderíamos julgar surrealismo é simplesmente Lisboa em dois mil e quatro: um homem a tocar violino no meio do trânsito. Talvez seja um retrato do país. Uma sociedade em que as pessoas têm cada vez mais qualificações e mais problemas financeiros.
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