22 abril 2004

Sobre o pessimismo antropológico (a propósito de um comentário do Vítor)

O ser humano é uma massa biológica que desperta num tempo e num lugar que desconhece. Nos primeiros tempos de vida, não é capaz de fazer as escolhas conscientes que estão na base da moralidade. Não sei se o homem é naturalmente bom ou mau, deixo isso para a genética. Acho, simplesmente, que é maleável (embora não infinitamente) e que existem épocas, culturas, ordenamentos políticos, educações, etc., que contribuem mais para a sua benevolência ou malevolência. Ao longo da história, os homens têm dado exemplos de bondade e de malignidade. Se os últimos excedem os primeiros é uma questão estatística que não me sinto capaz de resolver (ainda para mais porque não toma em consideração as acções futuras). Sou um optimista antropológico, no sentido de achar que é possível tornar o homem melhor. E, apesar de não acreditar em nenhuma lei de progresso contínuo das sociedades (em nenhuma lei de progresso ou de decadência), acho que temos melhorado bastante nos últimos séculos.

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