23 outubro 2004

- Já pensaste na vida pateta que levas? - disse-me o rato tranquilamente, quando me viu com a esfregona na mão, prestes a esmagá-lo. E atingiu-me no coração, aquela insignificância.
- Matas-me, pois, porque tenho este tamanho. Fosse eu da talha de um gato tu é que fugias, ó cobarde, pobre espécie de homem - e atingiu-me outra vez.
Pousei a esfregona e disse-lhe "cheiras mal", e "sim, levo uma vida de pateta", quase toda a gente leva. "Mas tu também não és do tamanho de um gato. As coisas são como são". Só então o esmaguei com a esfregona. E decidi mudar de vida.

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