Devemos à conjunção de um espelho e de uma enciclopédia a descoberta deste mundo. Por Vítor Matos e Tiago Araújo
19 julho 2005
«[E]m tempos li muitos livros, hoje raramente leio. os livros cansaram-me, devoraram-me a pouco e pouco o prazer de ler.» Durante os últimos anos revi-me neste verso do Al Berto. Ou pelo menos na última parte, porque o ritmo de leitura não diminuiu, aumentou. Mas, lidos vários ao mesmo tempo ou com a urgência de não poder perder tempo a não ler, muitos sabiam apenas a papel. Não sei qual foi o livro que me curou ou se os livros são a cura para alguma coisa. Sei que uma vez restabelecido da minha moléstia aproveitei para ler alguns livros adiados. Nunca mais voltarei ao prazer das tardes de leitura no meu quarto suburbano ou das férias grandes transmontanas, mas estou bastante próximo. Para testar a minha condição decidi ler um livro que a generalidade dos meus amigos me aconselhou a não ler, A Sibila da Agustina Bessa Luís. Corri o risco de uma recaída em plena convalescença, mas cheguei à última página. Reconheço o génio, a densidade das personagens, o conhecimento da natureza humana e das relações humanas, a utilização ampla do vocabulário da língua. Mas não é o meu tipo de história.
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1 comentário:
A julgar por ontem, o teu género é mais hat-tricks. Com óculos e sem.
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