27 julho 2005

Como Deus dispõe deste laico...

Em 1997, Mário Soares deu a resposta que se segue a Maria João Avillez (no 3º volume das entrevistas - O Presidente), que lhe perguntou se ele tinha pensado em não recandidatar-se a um segundo mandato em Belém:

«Como o primeiro mandato correu francamente bem, pensava não ter qualquer interesse pessoal em renovar a experiência.
Depois, 10 anos é um longo período. Para o que pensava fazer depois de ser presidente com algumas legítimas ambições intelectuais que me falta concretizar e ainda outros projectos, considerava que abandonar a vida política com 66 anos era, para mim, o mais indicado, ficando com algum tempo para o que imagino ter ainda que fazer: escrever, reflectir, agir no plano cultural e cívico, sem responsabilidades político-partidárias ou de Governo; viajar, conviver com pessoas interessantes, transmitir experiência que adquiri em termos de poder ser comunicado aos outros. Mas o homem põe – como diz o Povo – e Deus dispõe…

Felizmente que a Constituição não permite um terceiro mandato – sábia disposição legal!»
(ver pág. 210)


Se a Constituição é tão sábia, haverá quem seja menos avisado...

2 comentários:

Anónimo disse...

Penso que neste momento particular da política portuguesa, na senda de algum suadosismo e nostalgia... a recandidatura do General Ramalho Eanes a Presidente da República.

Anónimo disse...

Queria eu dizer que faz sentido a recandidatura do General.