Nos séculos XVI e XVII descobriram-se muitas ilhas imaginárias, com constituições perfeitas e habitantes pacíficos. Os oceanos eram perigosos e um naufrágio era uma bênção concedida aos marinheiros imaginários. Encontravam Utopia (More), Oceana (Harrington) ou Bensalem. Esta última é descrita por Francis Bacon em Nova Atlântida: uma ilha centrada na ciência e nos frutos da ciência. Da mistura entre filosofia política e ficção científica, o que mais me interessou quando li a fábula foi a ocupação de uma das divisões da classe dirigente. É constituída por homens que navegam para outros países em busca de livros e de conhecimento. Chamam-lhes mercadores de luzes (merchants of light). Actualmente, temos uma coisa parecida mas com um nome muito menos fascinante, são os bolseiros e já não navegam, andam de avião. Do cais em frente à minha janela chegam e partem navios; não sei se me candidate a uma bolsa ou se viaje clandestino.
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