Santana nunca percebeu o papel de primeiro-ministro. Quando revelou em público a conversa tida no Palácio de Belém - e a tripla negação de Sampaio à pergunta da dissolução -, não percebeu que aquela tinha sido uma conversa entre dois titulares de órgãos de soberania unipessoais, e não uma troca de palavras entre o Pedro e o tio Jorge. Nunca se vai perceber se estava a falar a verdade, porque jamais alguém de Belém vai dizer o que se passou naquela sala. Santana Lopes transportará esse ónus de traição da confiança institucional durante a campanha eleitoral. E, se ganhar as eleições, a confiança entre os dois será tanta que terá de fazer como Eanes e Balsemão que gravavam as conversas para não haver dúvidas.
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