19 fevereiro 2004

Se ficarmos parados durante tempo suficiente, podemos observar que a natureza começa a regressar às nossas construções artificiais. A crescerem mentalmente rebentos por entre as fendas que separam as tábuas de madeira do soalho, a ouvirem-se vozes de animais nocturnos. E assim podemos disfarçar a indolência com a curiosidade científica de observação do mundo natural. Podemos olhar fixamente para o tampo de uma mesa vazia durante horas, a analisar o sofisticado mecanismo de um insecto.

Mais estranho ainda é sentir que nos embrenhamos cada vez mais nessa selva de imobilidade, quando, com movimentos rápidos, tentamos terminar trabalhos com prazo e sem interesse.

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