12 maio 2005

A mente humana é selectiva, mas também é inconstante. Não é incomum, numa segunda leitura de um texto, não compreender porque é que sublinhei determinadas passagens, que na altura me terão parecido importantes. Um exemplo: «Os poetas, dos órficos gregos aos nossos contemporâneos, vivem em culturas de culpa, em que o formalismo mágico da sabedoria poética viconiana é necessariamente inaceitával.» Agora me lembro, não sublinho apenas o que me parece importante. Por vezes, sublinho para tentar compreender mais tarde. A combinação entre beleza e incompreensão do fragmento também é um factor relevante para o acto.

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