Devemos à conjunção de um espelho e de uma enciclopédia a descoberta deste mundo. Por Vítor Matos e Tiago Araújo
05 maio 2005
Antes do tempo
Existem vários testes práticos para se avaliar se uma pessoa é conservadora ou progressista, cuja total falta de validade científica não deve impedir-nos de os utilizar com segurança. Um dos mais conhecidos é o da máquina do tempo: se encontrássemos uma estacionada em segunda fila, com a chave na ignição, visitaríamos o passado ou o futuro? As probabilidades apontam para que um conservador viajasse até ao passado e um progressista até ao futuro. Pessoalmente, prefiro uma variante: interrogarmo-nos se teremos nascido demasiado cedo ou demasiado tarde. A maioria dos conservadores sentirá que nasceu demasiado tarde, que a idade de ouro da humanidade já terá passado. A maioria dos progressistas achará o contrário. Perante o dilema, acho que nasci demasiado cedo. Não porque não me compreendam, porque esteja demasiado à frente do meu próprio tempo ou qualquer outra explicação fascista do género. Apenas porque a exploração espacial está apenas no começo, é provável que não venha a assistir às primeiras colonizações de planetas desabitados, ainda não se descobriram energias limpas capazes de satisfazerem as nossas necessidades inesgotáveis de consumo e a genética é ainda uma ciência quase inexplorada. Este último ponto é bastante importante. Embora não acredite na imortalidade da alma, tenho esperança que a ciência nos aproxime da imortalidade do corpo ou, pelo menos, do prolongamento da vida. Neste aspecto, como em outros, a humanidade tem progredido em sentido inverso aos relatos da Bíblia. No Génesis contam-nos que os primeiros homens viviam muito tempo e que a esperança média de vida tem vindo a decrescer consideravelmente. Adão viveu 930 anos, Set 912, Enós 905, Quenan 910, Maalaleel 895, Jéred 962, Henoc 365, Matusalém 969, Lamec 777, Noé 950. Mas os últimos homens viverão certamente muito mais.
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6 comentários:
Que belo lifting! Está com muito bom aspecto... Corporación Dermoestética?!? Bom, está um blog bem mais diplomático... ah ah ah que comentário tão previsível!!!!
PARABÉÉÉÉNS, Tiago!
Quanto ao teu post... eu também acho que nasci cedo demais! Também não porque não me compreendam. Mas porque se tivesse nascido, pelo menos, ligeiramente mais tarde tinha tido, de certeza, o discernimento de ter escolhido outro curso e outra profissão... quem sabe a carreira diplomática :) (se tivesse nascido mais tarde poderia também haver a hipótese de ter a capacidade de conseguir ultrapassar com o sucesso um concurso difícil como tu conseguiste meu querido amigo, TIAGO ARAÚJO, com muito mérito!!!)
Pronto, mais um babete que tem de ir para lavar. E logo o do Mickey, que combina tão bem com a camisola que tenho hoje vestida. Obrigado. Como comentadora oficial do blogue, espero que tenhas gostado das novas cores.
eu não sei se nasci tarde ou cedo demais. lá para trás ficou o glamour e o espírito de aventura, lá para a frente há-de estar a evolução e a poluição. a minha opção de carreira nunca seria outra, e seja qual for a época, é sempre desaconselhável... mas um vício é um vício ;)
Pois eu escolhia voltar ao passado, a ver se convencia o meu bisavô a não vender a herdade no Alentejo. E aí sim, poderia viver mil anos e fazer 100 tiradas de cortiça.
Gostei. Mais do que uma bitola para aferir personalidades, uma pausa.
Interessante a puncao biblica - independentemente de conviccoes, nao e?
Grande Mário, por onde andas? Ainda em Moscovo? Se por acaso te cruzares com algum dos jogadores do CSKA não te esqueças de trocar «acidentalmente» o travão pelo acelerador.
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