A propósito do post "Era uma vez ao pé da carpintaria do meu avô", o meu amigo Nóbua, conterrâneo e camarada de profissão, deixou este comentário delicioso, uma memória guardada como se fosse uma peça rara:
O Paga Pouco viveu momentos gloriosos. Há época era uma cadeia de lojas de relativa dimensão, principalmente a Sul do país e com uma estratégia de marketing agressivo. Por isso foi com grande fervor que uma multidão ocupou a Praça D. Jorge de Lencastre para ver a Sónia Braga, protagonista da Gabriela Cravo e Canela, à janela do primeiro andar do Paga Pouco, que não por acaso era a habitação do senhor Feio e da sua família. Eu, como era amigo do Toninho Barateiro, filho mais novo do senhor Feio, tive o privilégio de ser convidado para assistir ao 'hapening' de dentro de casa. E, confesso, vi a Sónia Braga mudar de roupa no quarto da mana do Toninho, já que a porta estava (ou foi!) entreaberta. É que atrás de uma memória, outras memórias hão-de vir...
Meu caro amigo: também eu, em frente ao Paga-Pouco, do outro lado da Farmácia Pablo, me lembro de ter ficado deslumbrado, pela mão da minha avó Mariana, ao esperar outra estrela brasileira dos finais de 70. Devia ter uns cinco ou seis anos. Esperámos, mas ela chegou, a Dona Xepa, num carro com tecto de abrir, a acenar ao povo. Felizmente, não a conheci na intimidade. O Toninho Barateiro não era parvo...
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