19 janeiro 2005

Bergman e pipocas. Não é com frequência que conseguimos juntar as duas palavras numa frase. (A responsabilidade é repartida entre o realizador sueco, a Joana e os cinemas Millenium Alvaláxia. A Joana quis comprar um chocolate, mas eu sugeri-lhe as pipocas só para poder escrever este post e frustrar possíveis acusações de pseudo-intelectualismo.)
Saraband é um filme assombroso e assombrado, com planos arrumados, longos diálogos e monólogos que nos revelam como os indivíduos podem ser bons e maus para diferentes pessoas, em diferentes situações, a complexidade das relações familiares. Apesar de nunca o ter estudado convenientemente, julgo que foi Foucault que escreveu sobre a opressão por parte das pessoas que nos são mais próximas, dos limites à liberdade auto-impostos. Julgo que o filme é sobre isso ou também sobre isso. O resto é sobre as outras obsessões de Bergman, como o sentimento de perda e o passar do tempo.

Nota: Desconfortável, na última fila do cinema, a Joana só conseguiu saborear convenientemente as pipocas quando Johan decidiu ouvir música clássica num volume bastante elevado. Obrigado ao compositor, que não consegui identificar.

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