Não foi um «mal absoluto» que se abateu sobre Espanha (como classificou ontem Durão Barroso). Foi pior do que isso: um mal tradicional, maléfico, do tipo do que existe desde sempre mas raramente se manifesta, e ultrapassa os nossos piores pesadelos porque existe.
Quase duzentos mortos.
O medo, que vai fazer-nos agora? Que país vai atacar a Espanha? O Afeganistão não vale a pena. No Iraque rebentam as bombas todos os dias... Talvez os subúrbios de Paris onde foi proibido o véu islâmico? Ou os ghetos muçulmanos de Londres onde se vende o jornal que recebeu o fax da Al-Qaeda? É lá que eles estão agora, no meio de nós, os que accionam este eixo do mal.
Não quero pensar. O mundo tornou-se demasiado complexo e as coisas não fazem sentido. O nosso mundo não é com certeza o melhor dos mundos possíveis. Se alguma ciência vai estudar estes fenómenos, que seja a mesma que trata a loucura. Que pena a vida real não ser como as ficções: esta manhã ninguém desligou as bombas no último segundo... Talvez deixem de fazer filmes assim porque já ninguém acredita.
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