Devemos à conjunção de um espelho e de uma enciclopédia a descoberta deste mundo. Por Vítor Matos e Tiago Araújo
07 setembro 2005
Bernard Mandeville escreveu, na passagem para o século XVIII, Fable of the Bees, um poema filosófico em que procurava demonstrar que os vícios privados podem constituir virtudes públicas. O livro deve ter servido de amparo a muitas gerações de fumadores, opiómanos, coleccionadores de brindes de publicações periódicas mas, tenho que confessar, deixa-me bastante preocupado com a minha fraca contribuição para o bem comum. O problema acaba por ser mais de tradução do que de contribuição. Mandeville fala em vícios (vices) no sentido de defeitos pessoais. Segundo ele, por exemplo, a avareza contribuiria para a prodigalidade, a cobardia para o cumprimento da lei, a luxúria para o desenvolvimento da indústria, a vaidade e futilidade para o comércio, etc. Não sei se isto me deixa mais descansado mas, pelo sim pelo não, vou dirigir-me à repartição das finanças mais próxima e pedir uma redução de impostos.
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