12 agosto 2005

OTArios

Ser contra ou a favor da Ota ou do TGV pode revelar o partidarismo de alguém, mas pouco ou nada diz do que pensa politicamente. Podem discutir-se os pressupostos da decisão do Governo: se está bem fundamentada, quais serão as consequências para os cidadãos, para as contas públicas, etc. Se a política se resume a discutir sim ou não à Ota, então mais vale contratar uma consultora internacional e pôr os seus diligentes colaboradores em S. Bento, a tomarem decisões racionais, fazendo tempos de antena explicativos na TV em Power Point. Aos políticos exige-se mais do que esse positivismo: que tenham por detrás um conjunto de valores perceptíveis que justifiquem ser contra ou a favor das Otas e dos TGV. Mas isso não se vê nem no PS nem no PSD: desde os ministros que escrevem artigos a explicar essas opções e que nem nesses artigos as conseguem justificar, aos detractores que se ficam pela argumentação instrumental, tudo não passa de mero tacticismo.

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