Ao amanhecer no Miradouro de S. Pedro de Alcântara viam-se as colinas da cidade morraçadas de humidade e de luz. Lisboa é transparente ao sol e opaca à sombra.
No Príncipe Real, já para os lados de S. Bento, há uma ervanária que dá pelo nome de Sô Zé, que tem uns azulejos com o número 666 por cima da porta. Ora Sô Zé, ao que sabemos, é o nome de um bruxo que já foi José Esteves, antigo bombista nos anos quentes e que guarda um segredo sobre Camarate....
Na Rua António Maria Cardoso, um vagabundo dava pontapés nas coisas e gritava makeké!, makeké!, pensam que isto é tudo deles!.
Um pouco mais abaixo, as obras na antiga sede da PIDE estão avançadas na direcção de um empreendimento de luxo. Uma parte do terceiro andar onde ficavam os presos políticos já foi abaixo. Um país sem memória não é uma nação. Makeké!
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