18 agosto 2005

O acto poético

É bonito ver quem hoje ainda olhe para estas coisas da política com romantismo. O proto-candidato presidencial Manuel Alegre lança espinhos em redor, qual D. Quixote de rosa em punho a caminho de Belém. Sem o sentido da amizade, diz ele, pensando em Soares, "corre-se o risco de se perder a alma ou o próprio sentido da política".

A ideia de se ter alma ou de se ser um desalmado é interessante na boca de um socialista que fala de um suposto amigo.

Proclama ainda Alegre, pensando em Soares mas também em Cavaco, que "não há salvadores da pátria nem homens providenciais". Pois não. Por acaso já tínhamos reparado: ninguém tem salvo a pátria nos últimos tempos, antes pelo contrário; e todos os homens que Providência nos legou se revelaram um desastre.

Afinal quem é Alegre? Nem salvador nem enviado pela Providência, é o poeta irredutível no seu quadrado que traz a alma à política. É bonito, mas não se percebe muito bem para que serve.

1 comentário:

Rui Pelejão disse...

A poesia a quem a trabalha, já dizia o velho receituário da Reforma Agrária. Mas neste tempo de tabus, queria pedir o apoio e convidar os meus amigos Vitor e Tiago para fazerem parte do núcleo duro e do comissão estratégica da candidatura dupla do Burro Lúcio à CM de Lisboa e depois à Presidência da República. O Vodka7 é para já o primeiro orgão de tubos a apoiar a candidatura, e está neste momento a tentar criar uma vaga de fundo para fazer um eleger um quadrúpede, como representante de uma imensa minoria silenciosa. O lema da pré-campanha é "Sem tabus", e gostaria de convidar o Vitor para Alto Comissário para a pasta de atum e imprensa, e o Tiago para Alto Comissário para assuntos externos e Chefe de Protocolo da Casa Civil, com total autonomia para escolher as gravatas do burro e de todo o staff de campanha.

Espero a vossa resposta e um abraço


PS: Vitor, encontrei o teu amigo João no Majong e já lhe apresentei as desculpas pelos mau vinho que me atacou a goela na tua festa de anos, sei lá, é da idade, estendo as desculpas públicas aos meus amáveis anfitriões.

Um abraço
Pélé