Devemos à conjunção de um espelho e de uma enciclopédia a descoberta deste mundo. Por Vítor Matos e Tiago Araújo
22 junho 2005
A Rh+
Fui dar sangue. O edifício do Instituto Português do Sangue fica no mesmo complexo hospitalar do Hospital Psiquiátrico Júlio de Matos. Sempre que vou a sair do portão sinto um calafrio de expectativa. Penso que podem mandar-me parar e que tenho de protestar que não sou maluco. Imagino depois o porteiro a dizer, com voz condescendente , enquanto carrega no botão de alarme: «-Eu sei, eu sei. Mas vista só esta bonita camisa branca para ver se lhe fica bem. Muito bem. Agora cruze os braços para eu poder apertar as correias.»
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Pior, pior é quando se encontram pessoas conhecidas à porta do Parque de Saúde. «Então, há tanto tempo que não te via! Que fazes por aqui?», dizem. Ao que respondo: «Vim dar sangue». Segue-se um daqueles «Aaaahh» prolongados acompanhados de um abanar de cabeça pronunciado, significando qualquer coisa como: «O que será que lhe aconteceu para andar no psiquiatra?!».
Enviar um comentário