Os fenómenos cósmicos não são tão espectaculares quando não os podemos observar. Com o céu nublado não consegui ver ontem o eclipse da Lua. Sendo assim, não passou de uma anotação num anuário ou de um ponto num cálculo de trajectórias. O mecanismo dos eclipses da Lua é igual ao do cinema. Temos, em uma ou duas horas, a sequência de planos que habitualmente se sucedem ao longo de um mês, do quarto crescente ao minguante. Para conseguir o mesmo efeito, vou ter de olhar para o céu nocturno todas as noites durante um mês e abstrair-me de tudo o que aconteceu durante os dias. Abstrair-me do que acontece durante os dias não é muito difícil mas, ainda assim, vou consultar os anuários e esperar pelo próximo eclipse.
(Os eclipses costumam ser presságios de acontecimentos. Ontem não era muito difícil de adivinhar. Com o céu nublado, bastava olhar para a televisão. Na mesma altura, o Porto passava à Final da Liga dos Campeões. Parabéns.)
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