16 janeiro 2008

Em Persona, de Bergman, há uma actriz que deixa subitamente de falar. Há uma enfermeira que, para preencher o vazio, fala a noite toda sobre si própria. Estão as duas sozinhas numa casa de verão. O silêncio de Elisabet é uma recusa em continuar a representar o papel que criou para si própria, com uma carreira, um marido e um filho. Alma começa então a representar pelas duas, a falar e a agir pelas duas. Descreve os pormenores de uma orgia numa praia nórdica. Conta como começou a fumar. Reconforta o marido cego de Elisabet. No fundo, o filme é sobre o facto de todos usarmos múltiplas máscaras, de o silêncio ser apenas mais uma e de nenhuma delas ser verdadeira.

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