À noite, antes de me deitar, alinho os quatro telecomandos em cima de um dos aparelhos que respondem com obediência ao meu polegar. O controlo que sobre eles exerci durante o dia satisfaz-me. Perder o controlo não é o mesmo que perder o telecomando. Sem telecomando, tenho de me levantar do sofá, mas levantar-me do sofá aborrece-me. Então tenho de escolher o telecomando certo para a máquina certa, o que também não é fácil, e então tenho de me levantar à mesma para ter todos os telecomandos à mão.
Gostei de Control o filme sobre Ian Curtis, vocalista dos Joy Division, ao contrário dos meus amigos. Não era a história de um poeta obscuro e genial, urbano-depressivo e romântico, que com a música dos Joy nos dava as paisagens negras que nos faziam levitar a adolescência (e ainda nos fazem levitar hoje), nem a história de uma banda histórica. Era a história de um rapazinho com menos de 23 anos, que cometeu vários erros, como tantos rapazes de 23 anos, porém um deles fatal.
PS: por causa de um post abaixo assinado, para esclarecer algumas dúvidas - não fui operado agora, fui há cinco anos, e isso dá-me recuo para ter vontade de escrever sobre a coisa neste momento.
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