Devemos à conjunção de um espelho e de uma enciclopédia a descoberta deste mundo. Por Vítor Matos e Tiago Araújo
05 setembro 2006
Está muito calor. Durante a manhã o sol bate numa parte da casa e temos de nos refugiar no fundo da outra. Durante a tarde volta-se para a parte da frente, e temos de iniciar nova travessia do deserto, com a garrafa de água na mão esquerda e a ventoinha na direita. As portadas estão quase sempre fechadas. A luz parece ter peso e estar a empurrá-las do lado de fora. Vemos os contornos da madeira definidos pelas frinchas. Durante a noite não arrefece. É como estarmos hospedados num hotel do sul da Ásia, mas sem podermos telefonar para a recepção a pedir cubos de gelo.
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1 comentário:
Que posso escrever eu depois de posts assim. Quando há um post assim, tenho de esperar e ganhar coragem. Mas talvez escrevesse isto, para me servir de consolo: se tivesse ido mesmo para o sul da Ásia acrescentava a insuportável humidade tropical ao sufoco do calor, mais os mosquitos da malária, as cobras, os crocodilos e os sonhos com cubos de gelo em pesadelos acima dos 40º.
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