Nunca consegui perceber as ideias de Espinoza. É difícil ler mais de duas páginas de axiomas, proposições e postulados da Ética sem que a concentração se comece a dispersar para os desenhos do tapete, as rachas da parede ou os padrões da madeira do soalho (nalgumas tábuas, os nódulos e veios formam figuras mais ou menos humanas). A maioria das enciclopédias refere que tentou aproximar a filosofia moral da geometria. Talvez seja verdade, mas apenas para encobrir um profundo erotismo. Agora que fiz mais uma tentativa, numa leitura aleatória, descobri páginas e páginas que falam sobre corpos, o efeito de uns corpos sobre outros corpos. Continuo sem perceber, mas a gostar muito mais.
When the fluid part of the human body is determined by an external body to impinge often on another soft part, it changes the surface of the latter, and, as it were, leaves the impression thereupon of the external body which impels it. [Ética, Parte 2, Postulado 5]
Devemos à conjunção de um espelho e de uma enciclopédia a descoberta deste mundo. Por Vítor Matos e Tiago Araújo
27 dezembro 2007
25 dezembro 2007
18 dezembro 2007
17 dezembro 2007
O Pai Natal não existe
O M. vê o Pai Natal importado da China pendurado em varandas e janelas e pensa, quando chegará aqui? E pergunta: "Quando é o Pai Natá chega à janeia do quato do M.?" A cabecinha do M. está cheia de pais natais e outras coisas de uma inocência irrecuperável. Se à janela dele chegar alguém, ele terá a esperança de que é o Pai Natal com as prendas. Se à minha janela chegar alguém, leva uma marretada, que não é decente andar a subir aos prédios a espreitar para a intimidade dos outros. Adorava saber o que vai dentro da cabeça de uma criança de dois anos. Já não somos puros há tanto tempo...
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