31 março 2006

Complicadex

Sempre que vou a uma consulta no hospital, o que é frequente, desespero com a espera só para dizer que ali estou, e que podem avisar sôtor. É o menos. Enquanto espero, há sempre os velhos ao engano. Querem apenas marcar uma consulta (sabe-se lá quando) e são sempre recambiados. "Hoje não é dia de marcar consultas", diz a voz fria por detrás do balcão. Os velhos pedem desculpa e voltam para casa.

Venham as espanholas, venham as suecas

"Grupo de 16 empresas suecas prepara entrada em Portugal" - título no suplemento de Economia do DN de hoje.

António Pires de Lima, do CDS, que comentava "venham as espanholas!", para José Sócrates (a propósito do encerramento da maternidade de Elvas), deve estar radiante. Venham as suecas.

Teoria da conspiração

Saldanha Sanches, esta noite na SIC-Notícias, falou de um boato que vai por Lisboa: que a direcção da Judiciária ameaçou demitir-se e o Governo cedeu (em relação à perda de competências sobre a Interpol e a Europol) por causa das gravações judiciais do caso Bragaparques. Um boato dito assim na televisão torna-se numa verdade a correr o país. Será que vai acontecer alguma coisa, ou era ele a fazer um teaser sobre o que a mulher, Maria José Morgado haverá de dizer ainda esta noite, no mesmo canal?

30 março 2006

O olhar do Afonso


O Luís Afonso não é fotógrafo profissional, mas é fotógrafo, a prova está aqui ao lado, nesta imagem bela e invulgar que ele recolheu em Berlim. Em http://www.luisafonso.com/ viajamos pela Europa e América através da poesia do olhar dele.

O Afonso é uma daquelas pessoas especiais, um homem da Renascença do século XXI: é informático, o site foi feito por ele, mas não é apenas um geek dos computadores, é um melómano apaixonado por Mozart e Bach, coleccionador de requiems apreciador de arquitectura, fotografia, pintura... um curioso. E bom amigo, por isso sou suspeito.

Vale a pena a visita às exposições permanentes e temporárias no site dele. Boas viagens.

Cortinas de fumo

Depois de amanhã é dia das mentiras, dia de político, porque a política é a arte da ilusão (também é a arte do possível, mas isso é outra conversa). Com jeitinho, em política pode mentir-se todos os dias.

Luís Filipe Menezes anunciou hoje que não era candidato às directas no PSD invocando, entre outros, o argumento de que tinha sido reeleito para a autarquia de Gaia. Porém, quando se candidatou contra Mendes há um ano não o impressionava desbaratar a confiança que lhe deram os eleitores - pois deixaria a câmara e ia para o Parlamento -, tendo até desafiado Marques Mendes a candidatar-se a uma câmara. Dizia que liderar uma autarquia e o partido não era incompatível. Abençoada coerência...

As razões verdadeiras são outras. O homem parece meio lunático, mas não é parvo. Perdia agora para Mendes as directas que sempre defendera e acabava-se ali o Menezes.

Ele sabe que quando um adversário precisa desesperadamente de um adversário, o melhor é deixá-lo ganhar sozinho para ele se convencer enganosamente de que ganhou (isto serve para Menezes no PSD como para Temo Correia ou Pires de Lima o CDS).

Coisas do presente

Um homem tem um filho, muda de casa, não tem tempo para nada, e depois fica assim agradado com coisas naturais: hoje a dupla João Adelino Faria e Ana Lourenço, na SIC-Notícias, estiveram em grande. Apertaram com o Menezes, que não se recandidata no PSD, com o Rui Pereira sobre terrorismo, com o seu ar de eu-sei-muito-mais-do-que-digo e animaram um debate entre Ana Catarina Mendes e Teresa Caeiro sobre as quotas de mulheres nas listas às eleições.
O panorama anda tão mau que uma pessoa até diz - ah, sim senhor! - quando se vê uma coisinha bem feita.

29 março 2006

Coisas do passado - dinastia Cavaco


Enquanto este blogue esteve em coma, foi eleito um PR em Portugal. Há um mês que tenho aquela imagem atravessada. Apetecia-me dizer isto:

Cavaco, a subir a rampa do Palácio de Belém com a Maria pela mão (até aqui tudo bem), mais os filhos, mais os netos, mais o genro mais a nora é pindérico. E é monárquico.

O Luís Montez (genro) não é mais do que eu para andar ali.
A Perpétua (nora) não é mais do que você para andar ali.
(Eu também quero subir a rampa, você não quer?)
Os filhos já não são dependentes do papá para aparecerem na fotografia.
As crianças não mereciam ser usadas assim.

Em termos de marketing - dantes dizia-se propaganda - , a coisa funcionou na perfeição.

reset/restart

Hoje é um bom dia para reinaugurar este blogue. O Tiago sabe por quê. Vamos a isto.